PM suspeito de participar de greve na Bahia é preso em Natal (RN)
Foi preso mais um dos 12 policiais que tiveram prisão decretada durante a greve da PM na Bahia. O cabo Jeoás Nascimento, do Rio Grande do Norte, se entregou ao comando da PM de Natal na terça-feira (14).
A polícia ainda deve cumprir outros sete mandados de prisão contra policiais suspeitos de praticar crimes durante o período da greve.
No interior da Bahia, nove PMs, sendo seis em Ilhéus, dois em Feira de Santana e um em Jequié, já foram presos também sob suspeita de práticar crimes. A polícia continua investigando outros policiais que possam ter alguma relação com os crimes registrados no período.
Outras prisões
Um soldado da PM-BA se apresentou no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na terça-feira (14). Ele é suspeito de fazer parte de um grupo de extermínio que teria matado pelo menos nove pessoas durante o período da greve da PM baiana, segundo informações da Polícia Civil.
Entre os crimes do grupo, o policial de 39 anos é acusado de participar juntamente com outros três PMs do assassinato de cinco moradores de rua, no dia 3 de fevereiro, na Boca do Rio. Ele já tinha mandado de prisão temporária em aberto e ficará detido no Batalhão de Polícia de Choque, em Lauro de Freitas, onde aguarda julgamento.
A arma usada em serviço pelo PM, uma pistola ponto 380, também foi apreendida e irá passar por uma perícia no Departamento de Polícia Técnica. Os exames foram solicitados pelo DHPP. Para confirmar a suspeita, os policiais ouvirão também testemunhas que estavam nos locais onde os crimes foram cometidos pelo grupo de extermínio.
No DHPP também está sendo esperado um segundo soldado da PM, de 44 anos, suspeito de participar do mesmo grupo de extermínio. A princípio a informação seria de que o policial se entregaria na segunda-feira (13), mas uma nova data foi divulgada e a DHPP aguarda o PM ainda nesta quarta.
De acordo com as informações da polícia, ainda será feita a investigação para apurar se os homicídios praticados pelo grupo de extermínio tem alguma relação com o movimento grevista da polícia que durou 12 dias em todo o estado.
O caso
Outros dois policiais militares de 47 e 34 anos foram presos em Salvador, no dia 9 de janeiro, sob suspeita de envolvimento em assassinatos. A Polícia Civil afirmou no dia seguinte que eles são suspeitos de terem participado de uma chacina de moradores de rua que pode ter sido feita para aumentar o clima de insegurança no estado durante a greve da PM. Em entrevista ao Bom Dia Brasil, o governador Jaques Wagner havia criticado a morte dos moradores de rua e levantado, indiretamente, a possibilidade de ela ser parte da estratégia do movimento grevista.
Segundo o diretor do DHPP, Arthur Gallas, um dos homens presos foi localizado em casa no bairro de São Caetano e outro no Quartel dos Aflitos, onde era lotado. Eles foram encaminhados para a Corregedoria da Polícia Militar.
"O próximo passo das investigações é identificar se esses PMs faziam parte do movimento grevista. Outra linha é saber se foram determinados por comerciantes do bairro, que podem ter pedido uma 'limpeza' dos marginais que realizam pequenos furtos", diz. Na operação de busca aos suspeitos, foram apreendidos diversos aparelhos celulares, armas e munição.
(Fonte:G1.globo.com/bahia)
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